quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Rimshot

Judite de Sousa: - Senhod pdocudadode, ao fim de quatdo meses e meio continua num estado de gdaça. A que se deve isso?
Procurador Pinto Monteiro: - Olhe, ainda não me aconteceu nenhuma desgraça!

(Ontem, na Grande Entrevista)

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Medo de escrever

Não quero meter a pata na poça. Não me quero esticar. Tenho medo de soltar os dedos e começar aqui a dizer coisas que não podem ser ditas. Que não podem vir para a praça pública. Quero ficar só assim, sossegado. Feliz. Muito feliz.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Abençoado

Simples

Aborto? Por princípio moral, não.
Penalizar alguém por fazer um aborto? Obviamente que não.
Então? Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas dez primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado? Epá, claro!
A minha cruz já foi colocada.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Burros...

São porcos. São ordinários. São sujos. Dizem asneiras. Vomitam. Partem-se todos. Dão peidos. Andam nus. Coçam os tomates. Arrancam pêlos púbicos e colam na cara de outréns. Fazem apanhados relacionados com testículos de idosos. São gordos. São magros. São anões. Furam-se com piercings. Fazem tatuagens. Furam-se com anzóis e metem-se com tubarões. E com crocodilos. Andam de bicicleta e skate. Levam com tiros. Dão socos uns nos outros. Voam. Caem. Aleijam-se. São parvos, sim. Mas este genérico é do melhor que tenho visto.

"Tenho dito"

Raramente o ouvi falar com a voz. O discurso dele faz-se com as cordas. Uma linguagem gestual diferente da que estamos habituados, daquelas que nos dão as notícias no "Bom Dia Portugal". Comprei os "Movimentos Prepétuos" de homenagem a Carlos Paredes. Daqueles discos que agarramos e encostamos a nós com força e olhamos para o lado. A ver se ninguém o vê, porque pode ser o último. "A mim já ninguém mo tira", pensei. Sobretudo, com o preço de cinco euros e noventa e nove. Fica que é uma delícia ali na minha estante, cada vez mais compostinha.

Ao ler o encarte apercebi-me de uma coisa. Tão natural, dirá a maioria. No texto do antropólogo Pedro Félix fiquei preso a uma frase: "(...)A sua vida, as suas opiniões, a sua música, corporalizam precisamente a libredade, mesmo quando esta era total ou parcialmente suprimida pela PIDE (...)". Pela PIDE? O que raio queriam esses gajos deste homem? É, não é? Não precisava de falar para ser contra o regime. Bastava aquela linguagem gestual dele. Aquele dedilhar de cordas, de subir e descer o braço da guitarra para incomdar, não era? Arrepiava, não era? Deixava-os a mexer-se na cadeira. Foram os melhores discursos que Portugal ouviu.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Da China


O primeiro-Ministro, José Sócrates, observa um mapa mundo com Portugal em destaque durante a visita ao Centro de Exibições de Planeamento Urbano em Xangai. Para ver a foto de Tiago Petinga, da Lusa, em grande é favor clicar na respectiva.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Cuspe

Hoje gritava. Daqueles gritos até cuspir sangue. Mas é que fazia mesmo. Só não faço porque não dá muito jeito e pode prejudicar a voz de um indivíduo até, vá, para sempre. E depois teria de ir até casa, entrar, com a roupa suja de sangue, e dizer a minha mãe: "Ó mãe, vê lá isto que parece que estou aqui a cuspir sangue derivado ao facto de ter estado a gritar em demasia." E não era bonito. Iria causar preocupação em família, o que obrigaria a uma deslocação ao Amadora-Sintra, àquelas urgências deliciosas e gostosas. Àquela triagem eficiente. Depois aos corredores cheios de defuntos.

Mas não dá muito jeito, é isso. Tenho outras coisas para fazer. Tenho é de ver o quê.